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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Poemas Do Arcadismo

Claudio Manoel Da Costa

Soneto XI

Formosa é Daliana; o seu cabelo,
A testa, a sobrancelha é peregrina;
Mas nada tem, que ver coa bela Eulina,
Que é todo o meu amor, o meu desvê-lo:

Parece escura a nove em paralelo
Da sua branca face; onde a bonina
As cores misturou na cor mais fina,
Que faz sobressair seu rosto belo.

Tanto os seus lindos olhos enamoram,
Que arrebatados, como em doce encanto,
Os que a chegam a ver, todos a adoram.

Se alguém disser, que a engrandeço tanto
Veia, para desculpa dos que choram
Veja a Eulina; e então suspenda o pranto.

Soneto XIV

Quem deixa o trato pastoril amado
Pela ingrata, civil correspondência,
Ou desconhece o rosto da violência,
Ou do retiro a paz não tem provado.

Que bem é ver nos campos transladado
No gênio do pastor, o da inocência!
E que mal é no trato, e na aparência
Ver sempre o cortesão dissimulado!

Ali respira amor sinceridade;
Aqui sempre a traição seu rosto encobre;
Um só trata a mentira, outro a verdade.

Ali não há fortuna, que soçobre;
Aqui quanto se observa, é variedade:
Oh ventura do rico! Oh bem do pobre!

Tomas Antonio Gonzaga

Marilia De Dirceu
Parte IV
Soneto I

É gentil, é prendada a minha Altéia;
As graças, a modéstia de seu rosto
Inspiram no meu peito maior gosto
Que ver o próprio trigo quando ondeia.

Mas, vendo o lindo gesto de Dircéia
A nova sujeição me vejo exposto;
Ah! que é mais engraçado, mais composto
Que a pura esfera, de mil astros cheia!

Prender as duas com grilhões estritos
É uma ação, ó deuses, inconstante,
Indigna de sinceros, nobres peitos.

Cupido, se tens dó de um triste amante,
Ou forma de Lorino dois sujeitos,
Ou forma desses dois um só semblante.

Basilio da Gama

A Resignação

Temam embora a morte os que aferrados
aos grossos cabedais, que possuíam,
nunca tão de repente presumiam
que lhes fossem das mãos arrebatados.

Sintam deixar com a vida os começados
muros de altos palácios, que erigiam;
a cara esposa, os filhos, que cresciam;
os brandos leitos; os tremós dourados.

Que eu, sem bens e sem casa, vagabundo,
mal coberto com o manto da indigência,
 ia não temo da morte o horror profundo.

No que me tira não me faz violência.
que o melhor modo de sair do mundo
é cheio, ou de miséria ou de inocência.


Frei Santa Rita Durão


Canto VII
Estrofe XXl

Vi, não sei sera impulso imaginário,
Um globo de diamante claro e imenso;
E nos seus fundos figurar-se vário
Um país opulento, rico e extenso:
E aplicando o cuidado necessário,
Em nada do meu próprio a diferença;
Era o áureo Brasil tão vasto e fundo,
Que parecia no diamante um mundo.

domingo, 16 de outubro de 2011

Trabalho de portugues bloggermisaswan

Modernismo em Portugal

Começou em 1910, justamente quando houve a mudanã do períodomonarquico para a República.
O marco inicial, porém houve apenas em 1915 com o lançamento da revista Orpheu, cujo alguns dos escritores foram Mário de Sá Carneiro, Fernando Pessoa, Luís de Montalvor, Almada Negueiros e Ronald de Carvalho.
Seu ponto forte foi na literatura, a ideia principal era abalar a ordem política, social e economica daquela época. Além disso, foi um período agitado, com a Primeira Guarra Mundial, Revolução Russa e EUA assumindo
seu lugar como grande potencia mundial, além disso Portugal era influencia pelas vanguardas européias e com o desejo de romper com o passado e as novas tendencias tecnológicas surgindo, foi um momento de evervecencia cultura.
Dentre as vanguardas o futurismo foi o que esteve prasente na literatura portuguesa, pregava a destruição da sintaxe, uso de simbolos matematicos e menosprezo por adjetivos e adverbios e pontuação.
Dividiu-se em 3 fases:
 1ª fase, orfeísmo, escritores responsáveis pela revista Orpheu, e por trazer Portugal de volta às discussões culturais na Europa;
2ª fase, presencismo, integrada por aqueles que ficaram de fora do orfeísmo, que fundaram a revista Presença e que buscavam, sem romper com as idéias da geração anterior, aprofundar em Portugal a discussão sobre teoria da literatura e sobre novas formas de expressão que continuavam surgindo pelo mundo;
 3ª fase, neo-realismo, movimento que combateu o fascismo, e que defendeu uma literatura como crítica/denúncia social.
Foi da primeira fase que participou um dos maiores poetas da história de Portugal, o que melhor soube apresentar em versos os íntimos da contradição de ser humano.


Fernando Pessoa
Fernando Antônio Nogueira Pessoa - Fernando Pessoa -  assim como Camões foi considerado um dos maiores poetas de Portugal. Tem diversas alcunhas como"O Poeta Fingidor", Ou "Caleidoscópio Literário", ou até mesmo "O Poeta De Mil Faces", pois, este complexo autor se entregou com diversas facetas ào Modernismo Português.
Nascido em Lisboa no dia 13 de junho de 1888, Pessoa teve uma infância complicada, órfão de pai aos 5 anos, foi para à Africa do Sul com a mãe e o padrasto cônsul onde viveu até meados da juventude(1905),  chegou a ingressar na Universidade do Cabo. Foi neste país que teve contato com a lingua inglesa, e isso resultou em seu emprego de tradutor de cartas, e na publicação de 3 obras em inglês.
Retornou à Lisboa onde pretendia cursar Letras. Residiu com sua tia e depois com sua avó, Mas fracassou no curso onde só frequentou alguns meses. Publicou poucas obras em vida, entre elas "Mensagem" que ressaltava o heroísmo português do passado, a decadência atual, e a inserção da literatura portugal às novas tendências globais. E  Cancioneiro, que reunia diversos temas, onde se encontra um dos poemas mais célebres "Autopsicografia", no qual ele reflete o fazer poético.
Teve uma paixão confessa - Ophélia Queirós - com a qual manteve uma relação muitas das vezes distante, se bem que intensa. Mas foi talvez Ophélia a única a conhecer-lhe o lado menos introspectivo e melancólico.
Junto com seu amigo Mário de Sá-Carneiro, em 1915 publicam a revista Orfeu, dando inicio ao Modernismo Portugues, "morre" seu heteronimo Alberto Caeiro. Em 1916 morre seu amigo que um dia piblicou a revista Orfeu. Ainda ajuda na publicação de mais 2 revistas que teriam essencial importância, Atena e Presença.
Um dos dramas de Pessoa, foi ser extremamente lúcido, sonhar no inconsciente, mas sem perder a lucidez. Para Pessoa existia coerência em  sentir e pensar. Como poeta, era conhecido por suas múltiplas personalidades, os heterónimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra.
Faleceu em 30 de Novembro de 1935, levou uma vida relativamente apagada, sem ter noção de sua importância, e do enigma do que sua pessoa deixaria a todos.
Fernando Pessoa usou em suas obras diversas autorias. Usou seu próprio nome (ortônimo) para assinar várias obras e pseudônimos (heterônimos) para assinar outras. Os heterônimos de Fernando Pessoa tinham personalidade própria e características literárias diferenciadas. São eles:

Álvaro de Campos
Era um engenheiro português de educação inglesa. Influenciado pelo simbolismo e futurismo, apresentava um certo niilismo em suas obras. Campos era um engenheiro inativo, inadaptado, com consciência crítica.

Ricardo Reis
Era um médico que escrevia suas obras com simetria e harmonia. O bucolismo estava presente em suas poesias. Era um defensor da monarquia e demonstrava grande interesse pela cultura latina. Pagão intelectual, lúcido e consciente, reflectia uma moral estoico-epicurista, misto de altivez resignada e gozo dos prazeres

Alberto Caeiro
Com uma formação educacional simples (apenas o primário), este heterônimo fazia poesias de forma simples, direta e concreta. Suas obras estão reunidas em Poemas Completos de Alberto Caeiro. É o poeta que busca "as sensações das coisas tais como são"